O prédio do Centro de Documentação e História da Saúde (CDHS), em Manguinhos (RJ), recebeu, na última quarta-feira (25/7), a instalação do painel de autoria do artista plástico Rafael Bteshe. Selecionado por meio de chamada pública, Bteshe preparou a obra inédita “A dança da vida” para ilustrar o acesso principal do prédio CDHS, que abriga as atividades da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) desde o início de 2018.
De acordo com o artista, formado em Pintura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutorando em História e Crítica da Arte pela mesma instituição, o afresco tem como inspiração três grandes dimensões da história da Fundação Oswaldo Cruz: o ensino, a saúde e a pesquisa. "Esse trabalho é muito mais do que um objeto que decora um edifício. Essa pintura é fruto de um projeto de pesquisa. Uma maneira de pensar a arte como forma de conhecimento", explicou Rafael.
O trabalho de instalação do painel no hall do Centro de Documentação e História da Saúde (CDHS) levou cerca de dois dias. Na composição da pintura, foram utilizadas as técnicas de têmpera de caseína e óleo sobre madeira. Emocionado com a recepção à sua obra, Rafael Bteshe agradeceu à equipe que o auxiliou na produção e fez uma menção especial ao mestre Lydio Bandeira de Mello, de quem foi aluno no curso "A arte e técnica do afresco" da Oficina-Escola de Manguinhos, que integra o conjunto de atividades do Departamento de Patrimônio Histórico (DPH) da COC.
“O trabalho que o professor Bandeira de Mello faz de resgatar as técnicas tradicionais de pintura e o que a Oficina-Escola vem fazendo na Fiocruz estão ligados a esse movimento de pensar a arte mais do que a criação de objetos”, argumentou Rafael. Presente na cerimônia de entrega do painel, o mestre Bandeira de Mello parabenizou o jovem artista. “Desejo de todo coração que você continue tendo oportunidade de realizar outros trabalhos como esse. Boa sorte pra você”, disse o professor.
Durante a entrega do afresco, o diretor da Casa de Oswaldo Cruz, Paulo Elian, destacou a importância da instalação da obra de arte no hall de entrada da recém-construída sede da COC em Manguinhos. “Esta é uma celebração do projeto do CDHS. O painel é parte desse projeto que associa história, memória, preservação do patrimônio e cultura numa instituição da ciência. É uma característica singular que marca a Casa de Oswaldo Cruz e a própria Fiocruz ao longo da sua história”, afirmou Paulo Elian.
Membro da comissão julgadora da chamada pública que selecionou o trabalho de Rafael Bteshe, a pesquisadora e ex-diretora da Casa de Oswaldo Cruz, Nara Azevedo, ressaltou a integração entre o painel e o novo prédio da Fiocruz. "O trabalho do Rafael nos tocou profundamente. Aqui está retratada a ideia generosa da ciência, como uma atividade de congraçamento, e a ideia da saúde como vida, alegria e dança e não como doença. É a cereja do bolo desse prédio”, declarou Nara. Representando a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, o vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Manoel Barral Netto, também elogiou o toque de arte que faz parte da cultura institucional da Fundação. "Este é um momento muito especial. A própria pintura já traz a representação da missão da Fiocruz. A obra impressiona e certamente será um ponto de referência aqui no campus de Manguinhos", disse Barral.