Resultado de um esforço conjunto da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC), da Casa da Ciência da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Museu da Vida/Fiocruz, o Guia de Museus de Ciência do Brasil chega a sua terceira edição. Com informações sobre 268 espaços científico-culturais espalhados pelo País, o novo guia funciona como instrumento de divulgação ao público em geral, em especial às escolas.
Acesse a terceira edição do Guia de Museus de Ciência do Brasil
Do total de espaços, 155 estão no Sudeste; 44, no Sul; 43 no Nordeste; 15, no Centro-Oeste; e 11 no Norte. O guia contém informações sobre museus, planetários, jardins botânicos, zoológicos, aquários, unidades de ciência móvel e associações que atuam na popularização da ciência e tecnologia no País. O número de unidades presentes no catálogo aumentou em 41% em relação à segunda edição, de 2009, quando foram registradas 190 unidades.
“A área de divulgação científica é muito efervescente, com novos museus de ciência surgindo constantemente”, afirmou a Luisa Massarani, pesquisadora do Museu da Vida que atuou no projeto. “Além de novas instituições, criadas recentemente, esta edição do guia traz espaços científico-culturais que já existiam à época das edições anteriores, mas que não haviam sido listadas. Na América Latina, o Brasil é o país que mais se destaca em iniciativas desse tipo, que visam mapear museus de ciência”, explicou.
O diretor de Difusão e Popularização da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis), Douglas Falcão, ressaltou o ineditismo do projeto. “É uma iniciativa única no Brasil, que reúne essa apresentação de maneira organizada, onde o cidadão que se interessa por ciência e tecnologia pode saber onde estão os museus”, disse.
Segundo Falcão, entre os motivos que impulsionaram o crescimento da quantidade de espaços científicos no País está o lançamento de novos editais de apoio pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), nos últimos anos, e a política do órgão de fortalecimento das unidades e para a criação de novos espaços. “É o reflexo direto e indireto dessa política, que tem sido perseguida há anos e que acaba estimulando as secretarias estaduais e prefeituras a apoiarem a criação de novos espaços científicos”, avalia.
Desafios
O professor do Instituto de Física da UFRJ, Ildeu de Castro Moreira, ex-diretor do Departamento de Popularização e Difusão de Ciência e Tecnologia da Secis, lembra que, na última década, a visitação anual a centros e museus de C&T também cresceu: de 4% para cerca de 10%.
Para ele, há grandes desafios a serem superados, pois embora tenha se registrado o crescimento da quantidade de espaços científicos e da presença do público, os números ainda são insuficientes para as dimensões do País e de sua população.
“É um número ainda muito pequeno. E ele não se aplica aos jardins botânicos, zoológicos e parques ambientais, para os quais a visitação atinge cerca de um quarto da população brasileira”, ressalta. “A distribuição desigual desses espaços, regional e socialmente, é outra marca a ser superada”, acrescenta.
Diretor da ABCMC e um dos coordenadores da pesquisa, José Ribamar Ferreira Ribamar reforça a importância do guia para que a população e os turistas possam conhecer esses espaços científicos e para que esses dados possam subsidiar gestores públicos e militantes na área de popularização da ciência. Neste sentido, a associação estimula a participação da sociedade na missão de tornar o catálogo cada vez mais completo a cada edição.
“É importante identificar as parcerias locais e nacionais e as possibilidades de desenvolvimento de projetos comuns e, obviamente, para as autoridades responsáveis pelas políticas públicas na área também saberem que universo é esse, porque não dá para pensar políticas públicas sem conhecer o universo sobre o qual se está trabalhando”, observa Ribamar. A expectativa é de que as informações sobre o surgimento de novas unidade ou a suspensão das atividades sejam repassadas à instituição.
Na intenção de ampliar o movimento nacional em torno da popularização da ciência, desenvolvendo atividades com linguagem de fácil acesso à população, a ABCMC tem incentivado a associação de novos parceiros. Para participar, é preciso preencher o formulário disponível no portal e enviar pelo Correio, com os documentos comprobatórios de atuação na área.
Para participar do próximo Guia de Centros e Museus de Ciência do Brasil, o interessado deve entrar em contato pelo e-mail secretaria@abcmc.org.br.
* Com informações do MCTI