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Historiador da COC, Marcos Cueto está no ranking de cientistas mais influentes do mundo

19 nov/2020


Marcos Cueto é um dos destaques em pesquisa divulgada pelo Journal Plos Biology. Foto: Roberto Jesus Oscar

A Fiocruz figura com 31 nomes em lista divulgada pelo Journal Plos Biology, que aponta os 100 mil cientistas mais influentes do mundo. O historiador e editor-científico da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos, publicada pela Casa de Oswaldo Cruz (COC)/Fiocruz, figura nesse ranking, que levou em conta os bancos de dados até 2019. O estudo foi liderado pelo cientista greco-americano John Ioannidis, da Universidade de Stanford (EUA) que produziu duas listas: uma delas resultante da análise do impacto do pesquisador durante sua carreira; a outra, avaliou os impactos da atuação do cientista em 2019. A pesquisa intitulada Updated science-wide author databases of standardized citation indicators traz ao todo 600 pesquisadores brasileiros.

O pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz comentou sua indicação. “[É uma] honra ser parte de um grupo de pesquisadores reconhecidos pela Updated science-wide author databases of standardized citation indicators”, reagiu Marcos Cueto. Segundo ele, também é um reconhecimento ao trabalho científico e a democratização do conhecimento produzido por universidades e centros de pesquisa.

O que isso representa para o senhor e, em especial, para a Fiocruz?

Uma honra ser parte de um grupo de pesquisadores reconhecidos pela Updated science-wide author databases of standardized citation indicators. Um momento para renovar meu empenho em demonstrar que uma necessidade essencial de nossas sociedades latino-americanas é fomentar mais pesquisa em história da ciência. Sobretudo agora, quando às vezes o futuro não parece claro, é importante utilizar as ferramentas do historiador para contextualizar o presente e pensar nele em uma longa duração.

Considera isso uma vitória para a ciência? Seria um contraponto ao negacionismo, em nível global?

Sem dúvida. Um reconhecimento ao trabalho científico e à democratização do conhecimento produzido por universidades e centros de pesquisa. Deveria contribuir para a rejeição de ideias radicais erradas da natureza e da sociedade – muitas vezes promovidas por versões conservadoras religiosas e excessos neoliberais – que questionam fatos e conceitos incontestáveis apoiados por consensos científicos e que debilitam a democracia.

O que acha de a Fundação ter mais de 30 nomes na lista elaborada por um pesquisador de Stanford, uma instituição conceituada e tão importante para a ciência global?

Significa a meu entender que Fiocruz, que milita na Ciência Aberta – que não é defendida por muitos periódicos e universidades do mainstream internacional – pode produzir pesquisa relevante de qualidade para sua sociedade e para o acervo global do conhecimento. Tomara que permita o reconhecimento por parte de todas as autoridades políticas que o trabalho científico tem que ter autonomia e apoio.

Além de Marcos Cueto, Hermann Schatzmayr, Carlos Morel, Sônia Andrade, José Rodrigues Coura, Aldina Barral e Solange de Castro também estão entre os 31 cientistas da Fiocruz indicados no ranking (leia matéria sobre o assunto na Agência Fiocruz de Notícias).