O Museu da Vida tem motivos de sobra para comemorar. Em 2018, cerca de 65 mil pessoas passaram por seus espaços de visitação no campus da Fiocruz em Manguinhos, no Rio, maior número desde sua criação em 1999. O recorde anterior, registrado em 2001, foi de 61.069 mil visitantes (Fonte: Cadernos do Museu da Vida). O crescimento do público este ano é resultado de um conjunto de ações, entre as quais a mudança no agendamento das visitas, que passou a ser feito também online, o maior engajamento do museu em mídias sociais como Instagram e Facebook, a realização de grandes eventos no campus da Fiocruz, e também o aprimoramento na contagem dos visitantes.
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“O público tem respondido bem às ações nas plataformas digitais, o que reflete no aumento da visitação”, avalia o coordenador do Serviço de Educação do Museu da Vida, Héliton Barros. “Em 2018, houve melhoria no processo de agendamento das visitas, no fluxo de público nos espaços e na distribuição das equipes do Museu da Vida, incluindo teatro, borboletário, parque da ciência, pirâmide e Castelo da Fiocruz, bem como na contagem dos visitantes, com uso de pulseiras, adesivos e contadores eletrônicos”, completou.
O chefe do Museu da Vida, Alessandro Batista, comemorou os números robustos também em outras áreas. Segundo ele, o Ciência Móvel – Arte e Ciência sobre Rodas (unidade móvel da Fiocruz) recebeu mais de 62.500 pessoas de cidades da região Sudeste visitadas em 2018, e as exposições itinerantes registraram um público expressivo, com cerca de 155 mil visitantes. Além disso, o Museu da Vida atingiu 11 mil pessoas em suas atividades no Planetário Digital, na exposição Manguinhos – Território em Transe, nas peças O rapaz da rabeca e a moça Rebeca e É o Fim da Picada, em suas apresentações itinerantes. Com isso, o total de público do Museu da Vida ficou em cerca de 293 mil pessoas no ano passado.
Na avaliação de Alessandro Batista, isso é fruto de muito trabalho, planejamento e organização da equipe e medidas adotadas ao longo dos anos. “Tivemos um trabalho de fôlego e parcerias importantes para as exposições itinerantes, entre as quais com o VLT, o Terminal Novo Rio e a Universidade La Salle, que trouxeram esse resultado expressivo”, concluiu o chefe do Museu da Vida.
Em 2018, um dos destaques da programação do museu foi a peça infantil O Problemão da Banda Infinita. O espetáculo, que estreou em agosto, teve um público de 3.375 pessoas ao longo de uma temporada de três meses na Tenda da Ciência Virgínia Schall. Além dessa montagem, Héliton destacou a exposição Insetos Ilustrados, organizada em parceria com o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), no Castelo da Fiocruz. Enquanto a mostra valorizou os acervos da fundação, a peça foi sucesso de público ao explorar de maneira divertida o universo da matemática.
Promovido de 26 a 29 de julho do ano passado, o 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão) levou quase 6,7 mil visitantes ao Castelo da Fiocruz em apenas três dias. Em agosto, outro grande evento anual, a 25ª edição do Fiocruz pra Você, trouxe mais de 7 mil pessoas ao campus. Parte da Campanha Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde (MS), o evento teve atividades promovidas por várias unidades da fundação, incluindo a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), por meio do Museu da Vida.
De acordo com Héliton Barros, a programação do Museu da Vida terá novidades em breve, com atividades para a temporada de férias escolares. Entre as atividades que seguirão em cartaz nesse período, está a exposição Manguinhos Revelado: Um Lugar de Ciência, aberta ao público no Pavilhão do Relógio, no campus da Fiocruz em Manguinhos, no Rio. A mostra convida o visitante a conhecer parte do acervo documental sob a guarda da Casa de Oswaldo Cruz, incluindo fotografias extraídas de negativos de vidro, imagens que retratam as origens da Fiocruz na primeira metade do século 20.
Recursos do BNDES vão ampliar oferta no circuito do Museu da Vida
Com o plano de requalificação do Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos (NAHM), o Museu da Vida vem se preparando ao longo dos últimos anos para ampliar a oferta de espaços expositivos em seu circuito de visitação. Dois dos prédios do NAHM receberão atividades culturais: a Cavalariça e o Pombal (originalmente um biotério para pequenos animais). Com recursos provenientes do BNDES, a primeira etapa do projeto prevê intervenções nos edifícios centenários, preparando-os para abrigar exposições e outras iniciativas de divulgação científica e valorização do patrimônio histórico, com vistas a conformar um campus-parque aberto à visitação da população.
A Cavalariça receberá um sistema de detecção e prevenção de incêndio e de climatização. Com as intervenções, a construção de 1904, que abrigava os cavalos utilizados no processo de produção de soro, dará lugar à exposição de longa duração. No Pombal, será criado um amplo espaço de convívio e lazer, com oferta de atividades educativas e culturais abordando temas que vão da experimentação animal à história ambiental do campus.