A Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) promoveu a palestra "Restauros inusitados: Catedral de Brasília e Palácio Tiradentes", ministrada por Luidi Nunes. O evento, aberto ao público, aconteceu no dia 20 de abril, na Oficina Escola de Manguinhos (Av. Brasil, 4365 – Manguinhos, Rio de Janeiro), e integrou o calendário do curso de qualificação em Ofícios da Conservação e Restauração de Madeiras e Vitrais – 2° parte.
Considerado discípulo de Alberto Magini, vitralista italiano que veio ao Brasil no início do século 20 para montar os vitrais do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Luidi especializou-se na técnica clássica: vidros pintados e cozidos, montados com calha de chumbo. O profissional atua tanto em recuperação como em criação de vitrais.
Pintados por Marianne Peretti em 1990, os vitrais originais da Catedral Metropolitana de Brasília apresentavam erca de 200 peças trincadas pelo sol e o frio quando foram restaurados em 2010. Uma das maiores preocupações da equipe de restauro foi combinar a complexa equação para compatibilizar o comportamento dos vidros, que variam de acordo com a cor. Luidi Nunes atuou na montagem das peças de acordo com sua cor.
Além da Catedral de Brasília, o profissional também debaterá sobre a restauração do vitral do teto da escadaria monumental do Palácio Tiradentes. Cada peça do vitral – confeccionado por Cesar Alexandre Formenti, um dos pioneiros nesse ofício no Brasil – foi colocada sobre uma mesa de luz, e seu desenho original registrado para que não se perdesse. Os vidros quebrados foram substituídos por outros com mesma combinação de cores da peça original.
