Com a participação de especialistas de diferentes áreas para refletir sobre os impactos da ditadura instaurada em 1964 sobre a ciência e a saúde pública brasileira, a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) promoverá o seminário Ciência, Saúde e Memória – 60 anos do golpe de 1964 no dia 15 de maio. O evento será realizado presencialmente, a partir das 9h, no Centro de Documentação e História da Saúde (CDHS), em Manguinhos, no Rio de Janeiro, com transmissão pelo canal da COC no YouTube.
O seminário discutirá também os arquivos, as memórias e seus lugares, com foco tanto nos acervos da Casa de Oswaldo Cruz como em outros espaços e registros. O objetivo é explorar de que maneira acervos e outros dispositivos culturais ampliam as possibilidades de conhecer o passado, de ativar memórias intergeracionais e de construir uma sociedade democrática e mais justa no presente.
A Fundação Oswaldo Cruz foi atingida pelo regime com perseguições e inquéritos desde 1964 que culminaram na cassação de dez cientistas pelo AI-5 em abril de 1970, episódio que ficou conhecido como “Massacre de Manguinhos”. Seus efeitos de longo prazo se fizeram sentir não apenas na trajetória dos cassados, mas também no fechamento de laboratórios, na dispersão de equipes e na destruição de coleções científicas.
Como centro de história, memória e patrimônio da Fiocruz, a Casa de Oswaldo Cruz reafirma o seu compromisso com a história, com a ciência, com a saúde e com a democracia restaurada em 1985. Como parte desse olhar sobre um passado ainda presente, serão homenageados os cientistas de Manguinhos cassados em 1970.
Confira a programação:
15/05
9h – Mesa de abertura
9h30 – Conferência de abertura: Olival Freire Jr (UFBA, CNPq)
10h30 – Mesa 1: Ciência e saúde na ditadura
Simone Kropf (COC/Fiocruz), André Mota (FMUSP), Gilberto Hochman (COC/Fiocruz) e Carlos Henrique Paiva (COC/Fiocruz) – Mediadora: Tatiana Roque (UFRJ)
12h30 – Brunch
13h30 – Homenagem aos Cientistas de Manguinhos cassados pelo AI-5 em abril de 1970
14h30 – Mesa 2: Acervos e outros lugares de memória
Ana Pato (Memorial da Resistência de São Paulo), Patrícia Machado (PUC-Rio); Nara Azevedo (COC/Fiocruz) e Paulo Elian (COC/Fiocruz) – Mediadora: Luciana Heymann (COC/Fiocruz)