Por Simone Kabarite*
“Quantos anos você tem? E eu? Você faz ideia de quantos anos eu tenho? Há quanto tempo acompanho este país? Você pode até não saber, mas leva um pouco de mim dentro de você.” É desta forma pessoal que o vídeo desenvolvido pela Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) instiga o espectador a viajar no tempo para conhecer a história de 120 anos da Fiocruz. O projeto está inserido na série de ações em desenvolvimento pela COC no âmbito do marco histórico da instituição.
Ações de memória, especialmente aquelas em torno de marcos como os 120 anos da Fiocruz, o primeiro Dia Mundial da Doença de Chagas e os 50 anos do Massacre de Manguinhos, todos celebrados este ano, contribuem para nossa solidez institucional e aproximam a sociedade da Fiocruz
A sensação de familiaridade despertada em quem assiste ao vídeo não é à toa. A equipe de concepção do projeto procurou destacar o quanto a Fiocruz, de alguma forma, atravessou e está presente na vida dos brasileiros e das brasileiras.
“Optamos por uma narrativa em primeira pessoa para imprimir um tom de maior intimidade e subjetividade. As instituições têm também uma trajetória de vida, ainda que construída coletivamente. A participação da Taís Araujo, a quem muito agradecemos pela colaboração, foi fundamental para materializar essa proposta”, afirma Heverton Oliveira, assessor da Vice-Direção de Patrimônio Cultural e Divulgação Científica da COC, roteirista do vídeo ao lado de Glauber Gonçalves, coordenador de comunicação da Casa, e Dominichi Miranda de Sá, chefe do Departamento de Pesquisa em História das Ciências e da Saúde (Depes/COC).
Segundo Glauber, a ideia foi tentar mostrar que a história da Fiocruz está totalmente entrelaçada à história do Brasil desde o começo do século 20. “A instituição esteve presente em momentos-chave ao longo desse período, como o combate a epidemias e a criação do SUS, por exemplo”, destaca. Para contar essa longa trajetória, foi desenvolvida uma primorosa pesquisa de imagens, só possível em função da conservação do rico arquivo histórico da instituição, que está sob a guarda da Casa de Oswaldo Cruz, e à mobilização de diversos fotógrafos das unidades da instituição. A preservação da memória vem desde a origem da Fiocruz.
As fotos que datam dos primórdios da Fundação usadas no vídeo foram capturadas por J. Pinto, a pedido do sanitarista e patrono Oswaldo Cruz, que sempre buscou documentar em imagens os acontecimentos da instituição desde o seu surgimento. “Essa preocupação em registrar as atividades da instituição se mantém até hoje, com o trabalho de inúmeros fotógrafos e cinegrafistas das diversas unidades da Fiocruz em todo o Brasil, além de profissionais parceiros”, afirma Dominichi. O uso desse material de tamanha importância histórica foi viável graças à conservação do acervo e de pesquisas desenvolvidas na Casa. “O trabalho criterioso dos historiadores e profissionais de nosso arquivo da Casa de Oswaldo Cruz também foi fundamental para dar forma ao nosso vídeo comemorativo", completa.
Para o diretor da COC, Paulo Elian, “o vídeo é coerente com a trajetória da Casa e com seu lugar na história da Fiocruz”. "Ações de memória, especialmente aquelas em torno de marcos como os 120 anos da Fiocruz, o primeiro Dia Mundial da Doença de Chagas e os 50 anos do Massacre de Manguinhos, todos celebrados este ano, contribuem para nossa solidez institucional e aproximam a sociedade da Fiocruz", acrescenta.
Orgulho de ser Fiocruz
A frase “Orgulho de ser Fiocruz”, uma espécie de lema compartilhado entre os trabalhadores, também foi fonte de inspiração para a criação do vídeo. Para que os trabalhadores tenham o sentimento de pertencimento e representatividade, a equipe buscou refletir, tanto no texto como nas imagens, a pluralidade de atuação e dos profissionais da Fiocruz.
“As imagens retratam os trabalhadores de hoje, mas também de outros momentos da história institucional. Independentemente da idade, da origem, da formação ou da ocupação, a ideia é fazer com que todos se sintam representados e orgulhosos da sua contribuição para a construção da Fiocruz como patrimônio da sociedade brasileira”, destaca Heverton.
A ideia era que esse sentimento, que inspirou a conceituação do vídeo, também fosse transmitido para fora da instituição. “A comunidade Fiocruz sente muito orgulho dessas realizações que buscamos apresentar a um público mais amplo para que todos também possam se orgulhar desta instituição que é patrimônio de todos os brasileiros", declara Glauber.
Dominichi completa: "Nós, os trabalhadores desta casa, costumamos dizer que temos muito "orgulho de ser Fiocruz". A população brasileira também reconhece a Fiocruz como um patrimônio nacional, como uma instituição pública muito virtuosa. Era esse o sentimento que gostaríamos de transmitir com o vídeo dos 120 anos: a gratidão e o orgulho de todos nós, trabalhadores e sociedade, pela atuação centenária da nossa instituição em prol do país”.
“Viva a ciência! Viva a tecnologia!”
O reconhecimento da Fiocruz como patrimônio da sociedade brasileira ganhou o reforço da atriz Taís Araujo, que aceitou o convite pra emprestar sua voz ao vídeo. Em postagem no Instagram, com mais de 86 mil visualizações, ela enalteceu a trajetória dedicada à ciência e os trabalhadores da instituição.
“Foi uma honra ser convidada para narrar o vídeo de comemoração dos 120 anos da Fiocruz. Obrigada a todos os profissionais de saúde, pesquisa, ciência e tecnologia, que ao longo do tempo se mantêm firmes no compromisso com a saúde dos brasileiros. Fazendo acontecer em defesa do conhecimento, do combate às doenças e a manutenção da vida de forma independente e implacável. E isso, meus amores, é de um valor imenso. Viva a ciência! Viva a tecnologia! Viva o seu desenvolvimento, valores e saberes. Vida longa à Fiocruz!”
* Publicado originalmente no site Fiocruz 120 anos